Busto de Apolônio |
Apolônio de Tiana nascido em 13 de Março de 2 a.C. e falecido em Éfeso, d.c. 98) foi um filósofo neo-pitagórico e professor de origem grega. Seus ensinamentos influenciaram o pensamento científico por muitos séculos após a sua morte. A principal fonte sobre a sua biografia é a "Vida de Apolônio", de Flávio Filóstrato, Apolônio também é citado nas obras "A Vida de Pitágoras", de Porfírio, e "A Vida Pitagórica", de Jâmblico. Acredita-se ainda que ele seja o personagem "Apolo", citado na Bíblia em Atos dos Apóstolos e I Coríntios.
Apolônio foi vegetariano e discípulo de Pitágoras, com base no seu escrito,
"Por mim discerni uma certa sublimidade na disciplina de Pitágoras, e como uma certa sabedoria secreta capacitou-o a saber, não apenas quem ele era a si mesmo, mas também o que ele tinha sido; e eu vi que ele se aproximou dos altares em estado de pureza, e não permitia que a sua barriga fosse profanada pelo partilhar da carne de animais; e que ele manteve o seu corpo puro de todas as peças de roupa tecidas de refugo de animais mortos; e que ele foi o primeiro da humanidade a conter a sua própria língua, inventando uma disciplina de silêncio descrito na frase proverbial, 'Um boi senta-se sobre ela.' Eu também vi que o seu sistema filosófico era em outros aspectos oracular e verdadeiro. Então corri a abraçar os seus sábios ensinamentos…"
Nascido na cidade de Tiana (Turquia), na província da Capadócia, na Ásia Menor, então integrante do Império Romano, (anexado alguns anos antes da era cristã), foi educado na cidade vizinha de Tarso, na Cilícia, e no templo de Esculápio em Aegae, onde além da Medicina se dedicou às doutrinas de Pitágoras, vindo a adotar o ascetismo como hábito de vida em seu sentido pleno.
moeda com a insignia de Apolônio |
Durante esta viagem, e subseqüente retorno, ele atraiu um escriba e discípulo, Damis, que registrou os acontecimentos da vida do filósofo. Estas notas, além de cobrirem a vida de Apolônio, compreendem acontecimentos relacionando a uma série de imperadores, já que ele viveu 100 anos.
Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores.Filemom 1:24
Eventualmente essas notas chegaram às mãos da imperatriz Julia Domna, esposa de Septímio Severo, que encarregou Filóstrato de usá-las para elaborar uma biografia do sábio. A narrativa dessas viagens por Damis, reproduzida por Filóstrato, é muito repleta de milagres, em seu retorno à Europa,
Apolônio foi saudado como um mágico, e recebeu as maiores homenagens quer de sacerdotes quer de pessoas em geral, ele próprio, por uma questão de humildade se atribuiu apenas o poder de prever o futuro; já em Roma afirma-se que trouxe à vida a filha de um senador romano. Na auréola do seu poder misterioso ele atravessou a Grécia, a Itália e a Espanha. Também se afirmou que foi acusado de traição tanto por Nero quanto por Domiciano, mas escapou dos déspotas por meios milagrosos. Finalmente Apolônio construiu uma escola em Éfeso, onde veio a falecer, aparentemente com a idade de cem anos. Filóstrato mantém o mistério da vida do seu biografado ao afirmar
"Com relação à maneira de sua morte, ‘se ele morreu’, as narrativas são diversas"
Esta obra de Filóstrato é uma obra prima, ela contém um número enorme de histórias através das quais pode-se discernir o caráter geral do homem, um filantropo, pacifista e justo, um exemplo de ser humano.
No século III, Hierócles esforçou-se para provar que as doutrinas e a vida de Apolônio eram mais valiosas do que as de Jesus Cristo, e, em tempos modernos, Voltaire e Charles Blount (1654-1693), o livre-pensador inglês, adotaram um ponto de vista semelhante. Apolônio foi um reformador sincero, altamente instruído, que tentou promover um espírito de moralidade prática. Escreveu muitos livros e tratados sobre uma ampla variedade de assuntos durante a sua vida, incluindo ciência, medicina, e filosofia. As suas teorias científicas foram finalmente aplicadas à idéia geocêntrica de Ptolemeu.
Algumas décadas após a sua morte, o Imperador Adriano colecionou os seus trabalhos e assegurou a sua publicação por todo o império. A fama de Apolônio ainda era evidente em 272, quando o Imperador Aureliano sitiou Tiana, que tinha se rebelado contra as leis romanas. Num sonho ou numa visão, Aureliano afirmava ter visto Apolônio falar com ele, suplicando-lhe poupar a cidade de seu nascimento. À parte, Aureliano contou que Apolônio lhe disse - "Aureliano, se você deseja governar, abstenha-se do sangue dos inocentes! Aureliano, se você conquistar, seja misericordioso!" - O Imperador, que admirava Apolônio, poupou desse modo a cidade.
Também no século III, Flávio Vopisco, em seu escrito sobre Aureliano, cita Apolônio. O Livro de Pedras, do alquimista medieval islâmico Jabir ibn Hayyan, é uma análise prolongada de trabalhos de alquimia atribuídos a Apolônio (aqui chamado Balinas) (ver, por exemplo, Haq, que fornece uma tradução para o inglês de muito do conteúdo do Livro de Pedras). Devido a algumas semelhanças de sua biografia com a de Jesus, Apolônio foi, nos séculos seguintes, atacado pelos Padres da Igreja sendo considerado desde um 'impostor' até um personagem satânico. Mas houve também quem o exaltou comparando-o aos grandes magos do passado, como Moisés e Zoroastro. Apolônio faleceu em Éfeso, cerca de 98 da era cristã.
Nascido entre 1 e 10 d.C. em Tyana, na Capadócia, Turquia, ou na Ásia Menor como era conhecida à época, Apolônio de Tyana teve pais aristocratas e viveu entre sacerdotes, líderes e imperadores, questionando-lhes a ética e a desonestidade. No Egeu, aos dezesseis anos instruiu-se nos mistérios pitagóricos. Deixou o Egeu dez anos depois e dirigiu-se à Índia, quando no caminho, provavelmente entre 41 e 54 d.C. na Pérsia, conheceu seu discípulo Damis ("Vamos juntos" – dissera Damis. "Tu seguirás a Deus e eu a Ti"). Passou pela Babilônia, Tróia, Chipre e Grécia onde se iniciou nos mistérios de Elêusis (ver adiante em "Os Ensinamentos de Platão"). Em 66 d.C., já em Roma, tentou introduzir, junto com o Papa Lino, reformas religiosas, mas fugiu de lá devido às perseguições de Nero. Viajou para a Espanha, África do Norte e Alexandria, no Egito.
Em todos os lugares procurou reformar as práticas religiosas, principalmente o derramamento de sangue de seres vivos. Perseguido, acusado, preso e acorrentado pelo Imperador Domiciano, em 93 d.C., soltou a sua perna do corpo e a recolocou de volta, livre das correntes, e disse a seu discípulo: "Estás vendo a liberdade que tenho, portanto peço-te que não desanimes". No seu julgamento não lhe foi permitido defesa, e disse a Domiciano: "Nem mesmo tua lança mortal pode matar-me, pois não sou mortal", e desapareceu do tribunal. Em 96 d.C., em Éfeso, teve uma visão do assassinato de Domiciano, após o que encaminhou seu discípulo de volta a Roma e desapareceu misteriosamente. Teria morrido com 80 ou 100 anos
estátua de Apolônio |
Não se conhece nenhuma estátua antiga de Jesus, ou templos que se lhe tivessem sido dedicados antes de 300 d.C., mas a vida e os ensinamentos de um homem tão poderoso como Apolônio podem ter influenciado os princípios da Igreja Cristã e até mesmo o teor dos Evangelhos. Hoje em dia, quase um ilustre desconhecido, não há como avaliar sua influência na história bíblica e sua biografia não registra qualquer encontro com Jesus ou qualquer de seus discípulos, embora um de seus discípulos, Lucius de Cirena, fosse conhecido como Lucius, Lucas ou Luke, devido às diferentes línguas em que era escrito – o evangelho de Lucas é considerado o mais detalhado dos evangelhos.
Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores.Filemom 1:24
Jesus de Nazaré, um judeu da Galiléia, teria nascido em 6 a.C., quando Roma dominava a Palestina e Augusto era o imperador. Embora historiadores contemporâneos a Jesus, como Plínio, o Moço (61-114), que cita João Batista, Herodes e Pilatos, aparentemente nunca tenha ouvido falar dele, ou pelo menos não o tenha considerado digno de menção, Tácito (56-120) faz referência a um homem chamado Cristo, que foi crucificado por Pôncio Pilatos no reinado de Tibério, Suetônio (65-135) cita alguns judeus seguidores de Cresto em sua obra "Os Doze Césares" e Flavius Josephus (37-100) também o cita em sua obra "Antigüidades Judaicas" (XVIII, 4), embora alguns autores suspeitem que o parágrafo tenha sido interposto à obra a posteriori. Escritores judeus, como Justo que vivia em Tiberíades próximo a Cafarnaum, ou Fílon de Alexandria (20 a.C. -40 d.C.), um grande entendido em assuntos bíblicos e seitas judaicas, em suas extensas crônicas, nada citam sobre Jesus.
Incrível é a similaridade dos feitos de Apolônio de Tyana e os de Jesus. Vestindo-se com túnicas brancas, usava cabelo longo e andava descalço, ensinou a libertação do sofrimento a todos os homens, independente de sua classe social, nacionalidade ou religião. Em geral, ensinava seus discípulos pela manhã e o povo à tarde.
Suas curas eram famosas, afastava os maus espíritos, e via o passado das pessoas. Filostrato (216 d.C.), erudito romano, cita a realização de inúmeros outros milagres. Por exemplo, em Roma, às vésperas do casamento, uma moça morrera. Durante o cortejo fúnebre, Apolônio fez parar a procissão e, perguntando à morta seu nome, tocou-a, proferiu algumas palavras num sussurro e ressuscitou-a.
Lutou contra a escravidão, pregava que o nascimento e a morte eram apenas aparências, condenava os sacrifícios a Deus e as fogueiras ascendidas a Ele: "É melhor não fazer sacrifício a Deus – não acender fogueiras, não O chamar por nomes que os homens empregam às coisas sensórias, porque Deus é tudo, o Primeiro.... O único sacrifício válido para Deus é a mente sadia do homem e não a palavra que sai da sua boca.... A mente não precisa de coisas materiais para fazer a sua prece. Então para Deus, o Todo-Poderoso, que está acima de tudo, nenhum sacrifício deveria ser feito".
Foi mencionado pelos primeiros padres da Igreja Católica (como Justino em 160 d.C.) como um líder espiritual do primeiro século da nossa era: "Se Deus é Construtor e Mestre da Criação, como os objetos consagrados de Apolônio têm poder nas ordens da Criação? Pois, como podemos ver, controlam a fúria das ondas e o poder dos ventos, os meandros dos vermes e os ataques de animais selvagens". São Jerônimo (331-420) chegou a contar uma longa história sobre uma certa luta, travada entre Apolônio e São João, que foi uma verdadeira competição de milagres. Ele descreve minuciosamente a "derrota" de Apolônio.
Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos.
Apocalipse 2:2
O primeiro historiador da Igreja Cristã, Eusébio de Cesaréia (263-339), em carta a Hiérocles, admitiu que Apolônio era um homem sábio e virtuoso, mas que não havia provas suficientes de seus feitos (veja Contra Hieroclem) e que, se verdadeiros, não fossem obra do "demônio". A partir de então a Igreja Cristã passou, com algumas exceções, a associar a sua imagem a um anticristo pagão. Surgiu uma "luta" de Jesus contra Apolônio, na qual Apolônio teria que ser massacrado e esquecido, pois a nova crença não era compatível com dois líderes espirituais similares.
Assim a circulação de suas biografias (inúmeras) foi evitada. Após o Concílio de Nicéia (325 d.C.), em que foram designados quais os escritos eram canônicos, começou a perseguição de todos os escritos que a partir de então foram considerados apócrifos.
A sua famosa biografia, feita a mando da mãe do Imperador Caracalla por Flavius Filostratus (Filostrato) em 216 d.C., é raríssima. Ela, Domina Julia, reuniu inúmeros manuscritos sobre Apolônio e, junto com o diário de seu discípulo Damis, deu-os a Filostrato.
Preservada secretamente pelos árabes, após a queima da Biblioteca de Alexandria, a obra de Filostrato foi por eles liberada ao mundo ocidental através de sua tradução ao latim, em 1.501. Os dois primeiros manuscritos de Filostrato, publicados em inglês (1.680), foram rapidamente condenados pela Igreja que se prontificou a queimar tantas cópias quantas aparecessem. A única tradução completa para o inglês, feita por E. Berwick em 1.809, foi queimada e perseguida pela Igreja Cristã.
A temerosa comparação de seus milagres com aqueles do Jesus bíblico tornou imprescindível a queima de todos os registros de sua existência, principalmente aqueles dos três primeiros séculos de nossa era, pois mencionavam Apolônio como o grande líder espiritual do primeiro século. Como co-existir dois Jesus?
Há relatos históricos da passagem de um personagem, conhecido como Isa-Masih, em várias partes da Índia (no Bhavishyat Maha-Purana), que os hindus defendem ser o Jesus de Nazaré. Ele teria morrido na Índia com mais de 80 anos. Muitos documentos registram a estada de Jesus (Hazrat Isa) na Pérsia, com suas curas e pregações. O volume I do Farhang-Asafia persa, cita que ele era conhecido como Yuz Asaf, que quer dizer "líder dos purificados" (nome derivado de suas curas a leprosos). Outros livros, como o Ahwali Ahaliau-i-Paras, escrito por Agha Mustafai, confirmam Yuz Asaf e Jesus como sendo a mesma pessoa. A Bíblia Sagrada não fala nada sobre a visita de Jesus a países como Índia ou Pérsia, mas Apolônio de Tyana, que fazia prodígios semelhantes ao Jesus bíblico, esteve nesses lugares.
Os judeus reconhecem um personagem histórico, conhecido como Jeschua Ben Pandira, que viveu por volta de 100 a.C., como o único candidato possível ao Jesus bíblico. Mas na maioria dos relatos tradicionais, Jeschua teria sido apedrejado até a morte e em seguida enforcado, em virtude de sua habilidade em realizar milagres. Para os mulçumanos, Jesus é tido como o último grande profeta de Israel, precursor de Maomé. Conhecido como Issa ou Isa, derivado da palavra síria Yeshu, não teria morrido, mas teria sido elevado aos céus por Alá (Alcorão 4:157-158), enquanto Judas foi crucificado como seu sósia.
Para os que acreditam em reencarnação, fica bem cômodo crer que o Jesus bíblico é a compilação de aspectos da vida do Jeschua judeu e da vida de Apolônio como forma de comprovar definitivamente a existência histórica de Jesus. Grandes Mestres contemporâneos, como Paramahansa Yogananda e Sathya Sai Baba afirmaram que sua existência histórica foi real e toda uma tradição religiosa foi criada, evoluiu e ramificou-se, e não poderia ter sido baseada em fatos ilusórios criados por outrem. Mas a Verdade só será conhecida daquele que a viver pessoalmente, senão será apenas o relato da Verdade conhecida por outrem. Quem conhece o relato da Verdade não conhece a Verdade, pois os relatos da Verdade não são a Verdade.
Outras fontes
O nome latinizado de Apolônio é Paulus (Latim-Dicionário de Inglês, JT Branco e JE Riddle, Ginn & Heath, Boston, 1880), e hoje a Igreja chama esses escritos das epístolas de Paulo. O servo pessoal de Apolônio, Damis, um escriba assírio, é Demis no Novo Testamento (2 Tm. 4:10).
A hierarquia da Igreja sabe a verdade sobre a origem de suas epístolas, como o cardeal Bembo (m. 1547), o Papa Leão X secretário (m. 1521), aconselhou seu associado, o cardeal Sadoleto, ignore lhes, dizendo:
"Manter essas ninharias, para tais absurdos um homem de dignidade não vai voltar, eles foram introduzidos mais tarde na cena, uma voz maliciosa do céu" (Cardeal Bembo: Suas cartas e comentários sobre o Papa Leão X, AL Collins, Londres, 1842 reimpressão.).
A Igreja admite que as epístolas de Paulo são falsificações, dizendo:
"Mesmo as epístolas genuínas foram grandemente interpolados para dar peso às opiniões pessoais dos autores." (Enciclopédia Católica, Farleyed., Vol. Vii, p. 645).
Da mesma forma, São Jerônimo († 420) também afirmou que os Atos dos Apóstolos, o quinto livro do Novo Testamento, também foi "falsamente escrito" ("As Cartas de Jerome", Biblioteca dos Padres, Movimento de Oxford, 1833 -45, vol. v, p. 445).
Por exemplo, em 397 João Crisóstomo, "conhecido como boca de ouro" reestruturou os escritos de Apolônio de Tiana, um sábio mistico do primeiro século, e o inseriu como parte do Novo testamento (Secrets of the Chistian Fathers, op.cit). O nome latinizado de Apolônio é Paulus e hoje a igreja chama os escritos das epístolas de Apôlonio de Paulo. Apolônio nasceu em Tarso na Turquia e teve um companheiro de nome Damis, um escriba Asírio, que é o Dimas do Novo testamento (2 Tm 4:10) (A Latin-English Dictionary. J. T. White and J.E. Riddle. Ginn &Heath, Boston, 1880).
Paz á todos!