quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O pensamento de Judas


O beijo de Judas

Hoje, no meio religioso em geral, há um espírito de descontentamento devido a pastores mercenários, mercadores da fé e seus escândalos. Muitos irmãos voltaram a ler suas bíblias e passaram a analisar tudo que o pastor afirma, para não caírem mais em arapucas. O dizimo, que alguns pastores usam erradamente a passagem de Malaquias (Ml3,8)para dizerem que os fiéis que não dizimam estão roubando a Deus, hoje muitos sabem que esse mandamento na verdade era para o sacerdote e não para o fiel. (Ml2,1)

Mas algumas pessoas tem generalizado e colocado ofertas e dízimos no mesmo balaio. Dizimo era um preceito da lei de Moisés, lei inclusive que os pastores dizem que foi abolida, mas o dizimo não. Ofertas voluntárias, caridade, é justiça e generosidade. A própria bíblia diz que Deus ama quem da com alegria! (2Co 9,7) Então ofertar com a igreja ou com a obra, não é voltar a velha lei e nem pecado, ao contrario, é um ato de contribuição ao pastor que prega a palavra de Deus.

Muitos argumentam que o dinheiro de ofertas deveria ser dado somente ao pobre, e não a obra de Deus, esquecendo-se inclusive que a igreja tem seus gastos com água, eletricidade e até mesmo o sustento do pastor. Na própria lei de Moisés, vemos que uma parte do dizimo, era destinada aos sacerdotes levitas, que cuidavam da manutenção do templo e do sacerdócio do Senhor.

Este argumento é até compreensível nos dias de hoje, mas um pouco exagerado, pois ainda existem homens de Deus que levam sua palavra com sinceridade, e muitas vezes são os que menos ganham. É preciso discernir entre o pastor e o lobo devorador. E esse argumento lembra o de Judas Iscariotes:

"Então Maria, tomando um arrátel de ungüento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do ungüento. Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: Por que não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava. Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto; Porque os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes” Jô 12,3-8

Judas usou o mesmo argumento que se usa hoje em dia, que o óleo era muito caro e teria sido melhor da o dinheiro aos pobres. Mas note no contexto que ele fez isso por avareza e não por amor aos pobres mesmo. E isto vemos exatamente igual hoje em dia. Muitos dizem que é melhor doar o dinheiro aos pobres que ao pastor, e é até aceitável devido aos pastores que temos hoje em dia,  mas em compensação não doam nada aos pobres. Já notou que alguns que dizem isto são os que menos praticam caridade?

Porque muitas vezes este argumento não é utilizado por amor aos pobres, mas como no caso de Judas, é por avareza mesmo. Ao cristão autêntico, resta duas saídas: Ou ele colabora com a igreja em que congrega, e auxilia por amor e caridade, contribuindo assim inclusive com o sustento do pastor, ou, ele não colabora e pratica caridade, auxiliando assim diretamente ao pobre e necessitado. Se o Cristão não faz nem uma coisa e nem outra, mas apenas critica, então ele esta tendo o mesmo pensamento de Judas Iscariotes, ou seja, ele não esta sendo totalmente autêntico.

"Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria." (II Coríntios 9 : 7)

A generalização, é um mal desnecessário! Existem cristãos bons e maus e pessoas de todas religiões boas e más. Muitas vezes, pelos escândalos de uns, tomamos todos por culpados, até os inocentes. Digo isto porque na prática existem pessoas boas e cheias de fé, mas sem recursos. Eu que o diga! As vezes é difícil até um texto no blog! Existem pastores que mal tem sequer uma bíblia para pregar. Outros, tem sempre a versão mais popular e menos fiel a tradução. E depois nós mesmos os criticamos por pregarem mentiras, textos acrescidos e adulterados. É claro que também existem muitos pastores milionários e fartos que podem adquirir as melhores versões bíblicas e estudos, mas infelizmente não o fazem, porque a versão popular é cômoda para eles.

Conheci um pastor pela internet do Ceará, que esta construindo sua igreja com seus próprios recursos, tijolo por tijolo. As poucas colaborações que tem são de católicos, ironicamente. O pastor Zapata, do Peru, já é conhecido por muitos também pela sua humildade e sinceridade. E muitos outros exemplos que poderíamos citar. Mas fica ai mais uma reflexão aos irmãos. Será que devemos colaborar também com os pregadores ou devemos ter o pensamento de Judas? Fica a reflexão! Judas tinha o mestre ao seu lado, fazendo curas e milagres e pregando a verdade, e quando viu uma mulher lhe ungindo com um óleo caro, a primeira sensação que teve foi de avareza. Será que o mestre não merecia ser ungido por aquele óleo? Será que a mulher fez mal em ter ofertado aquilo ao mestre?

Como disse, existem casos e casos e cada caso é um caso. Por isso os irmãos devem ter um bom discernimento. Com a ajuda do espírito!

Fiquem com Deus!

Shalom!

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