O beijo de Judas |
Hoje, no
meio religioso em geral, há um espírito de descontentamento devido a pastores
mercenários, mercadores da fé e seus escândalos. Muitos irmãos voltaram a ler
suas bíblias e passaram a analisar tudo que o pastor afirma, para não caírem
mais em arapucas. O dizimo, que alguns pastores usam erradamente a passagem de
Malaquias (Ml3,8)para dizerem que os fiéis que não dizimam estão roubando a
Deus, hoje muitos sabem que esse mandamento na verdade era para o sacerdote e
não para o fiel. (Ml2,1)
Mas
algumas pessoas tem generalizado e colocado ofertas e dízimos no mesmo balaio.
Dizimo era um preceito da lei de Moisés, lei inclusive que os pastores dizem
que foi abolida, mas o dizimo não. Ofertas voluntárias, caridade, é justiça e
generosidade. A própria bíblia diz que Deus ama quem da com alegria! (2Co 9,7)
Então ofertar com a igreja ou com a obra, não é voltar a velha lei e nem
pecado, ao contrario, é um ato de contribuição ao pastor que prega a palavra de
Deus.
Muitos
argumentam que o dinheiro de ofertas deveria ser dado somente ao pobre, e não a
obra de Deus, esquecendo-se inclusive que a igreja tem seus gastos com água,
eletricidade e até mesmo o sustento do pastor. Na própria lei de Moisés, vemos
que uma parte do dizimo, era destinada aos sacerdotes levitas, que cuidavam da
manutenção do templo e do sacerdócio do Senhor.
Este
argumento é até compreensível nos dias de hoje, mas um pouco exagerado, pois
ainda existem homens de Deus que levam sua palavra com sinceridade, e muitas
vezes são os que menos ganham. É preciso discernir entre o pastor e o lobo
devorador. E esse argumento lembra o de Judas Iscariotes:
"Então Maria, tomando um arrátel de
ungüento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os
pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do ungüento. Então, um
dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo,
disse: Por que não se vendeu este
ungüento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que
tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali
se lançava. Disse, pois, Jesus:
Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto; Porque os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre
me tendes” Jô 12,3-8
Judas
usou o mesmo argumento que se usa hoje em dia, que o óleo era muito caro e
teria sido melhor da o dinheiro aos pobres. Mas note no contexto que ele fez
isso por avareza e não por amor aos pobres mesmo. E isto vemos exatamente igual
hoje em dia. Muitos dizem que é melhor doar o dinheiro aos pobres que ao
pastor, e é até aceitável devido aos pastores que temos hoje em dia, mas em compensação não doam nada aos pobres.
Já notou que alguns que dizem isto são os que menos praticam caridade?
Porque
muitas vezes este argumento não é utilizado por amor aos pobres, mas como no
caso de Judas, é por avareza mesmo. Ao cristão autêntico, resta duas saídas: Ou
ele colabora com a igreja em que congrega, e auxilia por amor e caridade, contribuindo
assim inclusive com o sustento do pastor, ou, ele não colabora e pratica
caridade, auxiliando assim diretamente ao pobre e necessitado. Se o Cristão não
faz nem uma coisa e nem outra, mas apenas critica, então ele esta tendo o mesmo
pensamento de Judas Iscariotes, ou seja, ele não esta sendo totalmente
autêntico.
"Cada
um contribua segundo propôs no seu coração; não com
tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama
ao que dá com alegria."
(II Coríntios 9 : 7)
A generalização, é um mal desnecessário!
Existem cristãos bons e maus e pessoas de todas religiões boas e más. Muitas
vezes, pelos escândalos de uns, tomamos todos por culpados, até os inocentes.
Digo isto porque na prática existem pessoas boas e cheias de fé, mas sem
recursos. Eu que o diga! As vezes é difícil até um texto no blog! Existem
pastores que mal tem sequer uma bíblia para pregar. Outros, tem sempre a versão
mais popular e menos fiel a tradução. E depois nós mesmos os criticamos por
pregarem mentiras, textos acrescidos e adulterados. É claro que também existem
muitos pastores milionários e fartos que podem adquirir as melhores versões
bíblicas e estudos, mas infelizmente não o fazem, porque a versão popular é
cômoda para eles.
Conheci um pastor pela internet do Ceará, que
esta construindo sua igreja com seus próprios recursos, tijolo por tijolo. As
poucas colaborações que tem são de católicos, ironicamente. O pastor Zapata, do
Peru, já é conhecido por muitos também pela sua humildade e sinceridade. E
muitos outros exemplos que poderíamos citar. Mas fica ai mais uma reflexão aos
irmãos. Será que devemos colaborar também com os pregadores ou devemos ter o
pensamento de Judas? Fica a reflexão! Judas tinha o mestre ao seu lado, fazendo
curas e milagres e pregando a verdade, e quando viu uma mulher lhe ungindo com
um óleo caro, a primeira sensação que teve foi de avareza. Será que o mestre
não merecia ser ungido por aquele óleo? Será que a mulher fez mal em ter
ofertado aquilo ao mestre?
Como disse, existem casos e casos e cada caso
é um caso. Por isso os irmãos devem ter um bom discernimento. Com a ajuda do
espírito!
Fiquem com Deus!
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