domingo, 29 de agosto de 2021

A origem helênica da história de Jesus

 O livro da sabedoria 

O Livro da Sabedoria (ou Sabedoria de Salomão) é um dos maiores livros deuterocanônicos da Bíblia. Possui 19 capítulos e é considerado o volume companheiro de Eclesiástico. É normalmente atribuído a Salomão, porém estudos indicam que foi escrito por um judeu de Alexandria. 

  


Segundo tais estudos, seu autor foi um judeu de Alexandria que escreveu o livro nos últimos decênios do séc I AC, foi o último livro do Antigo Testamento a ser escrito, sendo, portanto, fictícia a atribuição a Salomão. 


Alexandria era um importante centro político e cultural grego, e contava com cerca de 200.000 judeus entre seus habitantes. A cultura grega, com suas filosofias, costumes e cultos religiosos, além da hostilidade que, às vezes, incluía perseguição aberta, constituíam uma ameaça constante à fé e à cultura do povo judaico que habitava no Egito. Para não serem marginalizados da sociedade, muitos deixavam os costumes e até mesmo a fé, perdendo a própria identidade para se conformar a uma sociedade idólatra e injusta. 

  

O autor, profundamente alimentado pelas Escrituras e pela consciência histórica do seu povo, enfrenta a situação, escrevendo um livro que procura de todos os modos reforçar a fé e ativar a esperança, relembrando o patrimônio histórico-religioso dos antepassados. Ele ensina a verdadeira sabedoria que conduz a uma vida justa e à felicidade. Não se trata da cultura que se conquista pelo pensamento, mas da sabedoria que vem de Deus, opondo-se à idolatria e à vida injusta que nasce dela. Esta sabedoria divina guiou magistralmente a história do povo de Deus, revelando que a verdadeira felicidade pertence aos amigos de Deus. Em outras palavras, o autor quer mostrar que a sabedoria ou senso de realização da vida não é apenas um fruto do esforço do homem, mas é em primeiro lugar um dom que Deus concede gratuitamente aos seus aliados 

 

O livro é considerado uma homilia, isto é, uma conversa familiar, onde o autor esta contrastando a fé judaica com relação a crença Egípcia, e apesar de helenizado tentando manter a fé dos judeus. Provavelmente fez uso da septuaginta Grega e não menciona o popular Filo de Alexandria. A bíblia católica tem esse livro. 

 

Mas nessa homilia de um judeu helênico temos uma das bases da história de Jesus. O justo no caso desse livro é o povo judeu e o impio o Egipcio ok Mas esse justo que sofre parece ter inspirado e muito os autores dos evangelhos: 

 

II 

"Cerquemos o justo, porque ele nos incomoda; é contrário às nossas ações; ele nos censura por violar a lei e nos acusa de contrariar a nossa educação. 13.Ele se gaba de conhecer a Deus, e se chama a si mesmo filho do Senhor! 14.Sua existência é uma censura às nossas ideias; basta sua vista para nos importunar. 15.Sua vida, com efeito, não se parece com as outras, e os seus caminhos são muito diferentes. 16.Ele nos tem por uma moeda de mau quilate, e afasta-se de nossos caminhos como de manchas. Julga feliz a morte do justo, e gloria-se de ter Deus por pai. 17.Vejamos, pois, se suas palavras são verdadeiras, e experimentemos o que acontecerá quando da sua morte, 18.porquese o justo é filho de Deus, Deus o defenderá, e o tirará das mãos dos seus adversários. 19.Provemo-lo por ultrajes e torturas, a fim de conhecer a sua doçura e estarmos cientes de sua paciência. 20.Condenemo-lo a uma morte infame. Porque, conforme ele, Deus deve intervir”.* 21.Eis o que pensam, mas enganam-se, sua malícia os cega: 22.eles desconhecem os segredos de Deus, não esperam que a santidade seja recompensada, e não acreditam na glorificação das almas puras." 

 

IV 

"6.porque os filhos nascidos de uniões ilícitas serão no dia do juízo testemunhas a deporem contra seus pais. 7.Quanto ao justo, mesmo que morra antes da idade, gozará de repouso." 

  

"10. Ele agradou a Deus e foi por ele amado, assim (Deus) o transferiu do meio dos pecadores onde vivia.* 11.Foi arrebatado para que a malícia lhe não corrompesse o sentimento, nem a astúcia lhe pervertesse a alma: " 

  

"17.Eles verão o fim do sábio, e não compreenderão os desígnios do Senhor a seu respeito, nem por que ele o pôs em segurança. 18.Eles verão e mostrarão desprezo, mas o Senhor zombará deles." 

 

V 

"“Ei-lo, aquele de quem outrora escarnecemos, e a quem loucamente cobrimos de insultos! Considerávamos sua vida como uma loucura, e sua morte como uma vergonha." 

  

"O sopro do Todo-poderoso se insurgirá contra eles e os dispersará como um furacão; a iniquidade fará de toda a terra um deserto, e a malícia derribará os tronos dos poderosos!" 

 

VIII 

14. "Governarei povos e as nações me serão submissas. 15.Príncipes temíveis estarão cheios de medo ao ouvirem falar de mim; eu me mostrarei bom para com o povo e valoroso no combate." 

  

IX 

1.“Deus de nossos pais, e Senhor de misericórdia, que todas as coisas criastes pela vossa palavra," 

  

"7.Oravós me escolhestes para ser rei de vosso povo e juiz de vossos filhos e vossas filhas. 8.Vós me ordenastes construir um templo na vossa montanha santa e um altar na cidade em que habitais: imagem da sagrada habitação que preparastes desde o princípio." 

 

"15.porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e a morada terrestre oprime o espírito carregado de cuidados. 16.Mal podemos compreender o que está sobre a terra, dificilmente encontramos o que temos ao alcance da mão. Quem, portanto, pode descobrir o6tg que se passa no céu?" 

 

X 

"1.O primeiro homem, o pai do mundo, que foi criado sozinho, foi a sabedoria que cuidou dele, tirou-o de seu próprio pecado, 2.e deu-lhe o poder de reinar sobre todas as coisas." 

 

"13. Ela não abandonou o justo vendido, mas preservou-o do pecado.* 14.Desceu com ele à prisão, e não o abandonou nas suas cadeias, até que lhe trouxe o cetro do reino e o poder sobre os que o tinham oprimido; revelou-lhe a mentira de seus acusadores, e conferiu-lhe uma glória eterna." 

 

XI 

"14.e aquele que, outrora exposto e abandonado, tinham repelido com zombaria, admiraram-no finalmente, porque sofreram uma sede diferente da sede do justo." 

 

XV 

Paulo? 

"7.Eis, portanto, um oleiro que amassa laboriosamente a terra mole, e forma diversos objetos para nosso uso, mas da mesma argila faz vasos destinados a fins nobres e outros, indiferentemente, para usos opostos. Para qual destes usos cada vaso será aplicado? O oleiro será o juiz. 8.Do mesmo barro, forma também, como obreiro perverso, uma vã divindade, ele que, ainda há pouco, nasceu da terra, e em breve voltará a ela, de onde foi tirado, quando lhe serão pedidas as contas de sua vida." 

 

Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição” 
 
Romanos 9:21,22 

XIX 

Final 

"É que em tudo, Senhor, engrandecestes e glorificastes vosso povo, e não deixastes de assisti-lo em todo o tempo e em todo o lugar." 

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