quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Evangelho de João 1- Docetista

 O ABSURDO QUARTO EVANGELHO 

SÍNTESE 1 – O JESUS DE JOÃO, DOCETISTA? 

O quarto evangelho destoa em muitos pontos dos evangelhos sinóticos. O autor parece não ter sido testemunha ocular e seu estilo literário confuso, cheio de anacronismos e absurdos parece ser obra de mais de um autor. 

 

primeira coisa que chama a atenção analisando capítulo por capítulo é que o autor pudesse ser docetista o que jogaria a datação do evangelho para o segundo século, logo, não seria de João o apóstolo. 

 

Docetismo 

Docetismo (do grego δοκέω [dokeō], "para parecer") é uma doutrina cristã do século II, considerada herética pela Igreja primitiva. 

  

Antecedente do gnosticismo, acreditavam que o corpo de Jesus Cristo era uma ilusão, e que sua crucificação teria sido apenas aparente. Não existiam "docetas" enquanto seita ou religião específica, mas como uma corrente de pensamento que atravessou diversos estratos da Igreja. O docetismo acreditava que Jesus Cristo era um espectro, logo, este apesar de ter uma aparência humana, não possuía carne e nem sangue. 

 

 

Evidências 

Uma coisa que chama a atenção é o fato do autor não fazer nenhuma ligação de Jesus com Davi como os sinóticos fazem, principalmente Mateus e Lucas. Os sinóticos tentam fazer essa ligação porque o messias prometido seria descendente de Davi. Já o autor do quarto evangelho tenta dessasociar Jesus dessa descendência. 

 

Descendente de davi? 

O autor chega a dá a entender que Jesus não era descendente de Davi em alguns pontos: 

Se refere sempre aos judeus como um grupo 

 

“E a páscoa, a festa dos judeus, estava próxima” 
 
João 6:4 

 

“E estava próxima a festa dos judeus, a dos tabernáculos”. 
 
João 7:2 

 

Questiona se Jesus era seu descendente: 

 

“Outros diziam: Este é o Cristo; mas diziam outros: Vem, pois, o Cristo da GaliléiaNão diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, da aldeia de onde era Davi?” 
 
João 7:41,42 

 

“Responderam eles, e disseram-lhe: És tu também da Galiléia? Examina, e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu 
 
João 7:52 

 

 

E o autor não coloca nenhuma defesa argumentativa, ao contrário, destoa jesus dos judeus como se ele não fosse um deles: 

 

“Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não entra em vós” 

João 8:37 

  

O autor sempre coloca na boca de Jesus pronomes na terceira pessoa como se jesus não fizesse parte do mesmo grupo e não tivesse o mesmo Deus e pai. 

“Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus 

João 8:54 

 

Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se" 

  

João 8:56 

 

E do juramento que jurou a Abraão nosso pai, 
 
Lucas 1:73 

 

E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. 
 
Marcos 12:29 

 

E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. 
 
João 8:17 

 

Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? 
 
João 10:34 

Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz? 
 
João 7:51 

 

Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma. 
 
João 18:31 

 

  

O autor dá a entender que Jesus era de cafarnaum como Marcos o evangelho mais antigo, e não de Belém e em nenhum momento situa seu nascimento ali como os sinóticos: 

 

                       João 

                      Marcos 

Depois disto desceu a Cafarnaum, ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias. 
 
João 2:12 

 

Ele disse estas coisas na sinagoga, ensinando em Cafarnaum. 
 
João 6:59 

E alguns dias depois entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa. 
 
Marcos 2:1 

 

E chegou a Cafarnaum e, entrando em casa, perguntou-lhes: Que estáveis vós discutindo pelo caminho? 
 
Marcos 9:33 

 

 

João dá a entender que jesus morava ali onde João batizava: 

 

No dia seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos; E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus. E os dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus. E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras? Ele lhes disse: Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima” 
 
João 1:35-39 

 

Só que segundo o autor isto foi em Betabara que fica junto ao rio Jordão, na Galileia, e não em Nazaré onde supostamente Jesus morava: 

 

“Estas coisas aconteceram em Betabara, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando” 
 
João 1:28 

 

 

 

 

Logos, demiurgo 

O autor já começa seu evangelho com uma concepção Platônica, a do logos.  

Logos (UK: /ˈloʊɡɒs, ˈlɒɡɒs/, US: /ˈloʊɡoʊs/; Grego antigo: λόγοςtranslitlógos; de λέγωlégō, lit. 'Eu digo') é um termo na filosofia ocidental, psicologia, retórica e religião derivada de uma palavra grega que significa, "fundamento", "pleito", "opinião", "expectativa", "pensamento", "palavra", "fala", "conta", "razão", "proporção" e "discurso" 

  

Embora seja popularmente traduzida como "palavra", o termo grego para tal seria Lexis (λέξις), que também vem da "légō". Esse erro de tradução provavelmente se popularizou com a Bíblia, quando o filósofo Fílon da Alexandria descreveu Jesus como "o logos de Deus 

  

Os filósofos gregos antigos usavam o termo de maneiras diferentes. Os sofistas usaram o termo para significar discurso; Aristóteles aplicou o termo para se referir ao "discurso fundamentado" ou "o argumento" no campo da retórica e o considerou um dos três modos de persuasão ao lado do ethos e do pathos. Os filósofos estóicos identificaram o termo com o princípio divino de animação que permeia o Universo. Dentro do judaísmo helenístico, Fílon de Alexandria ( 20 a.C. - 50 d.C.) adotou o termo em filosofia judaica. O Evangelho de João identifica o Logos, através do qual todas as coisas são feitas, como divinas (theos), e identifica ainda mais Jesus Cristo como o Logos encarnado. O termo também é usado no Sufismo e na psicologia analítica de Carl Jung. 

 

João não menciona o nascimento de Jesus ou sua genealogia, apenas diz que ele era um logos, palavra que se fez carne: 

 

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 
Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” 
 
João 1:1-3 

 

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória,1 como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” 
 
João 1:14 

 

Doxa (δόξα) honra, renome; glória, uma qualidade especialmente divina, a manifestação silenciosa de Deus, esplendor. 
João está dizendo que Jesus era um demiurgo como na filosofia platônica que estava no princípio com Deus. 

 

 

E destoa Jesus até do mundo físico material como se Jesus fosse de outro plano espiritual e tivesse vindo a terra apenas cumprir uma missão temporária: 

 

“Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” 

João 18:36  

  

Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai” 

João 16:28 

  

 

“Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou 

João 17:14-16 

  

“Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo” 

João 17:18 

 

“Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia” 

João 15:19 

 

Chegando a repetir algumas vezes que Jesus desceu do céu, diga-se de passagem, com repetições redundantes. 

 

Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. 
 
João 6:32 

 

Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. 
 
João 6:49 

Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. 
 
João 6:33 

Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 
 
João 6:38 

 

E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. 
 
João 6:35 

Eu sou o pão da vida. 
 
João 6:48 

 

Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. 
Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. 
 
João 6:50,51 

 

 

Quando que Jesus desceu do céu? Ele não nasceu? 
Se ele nasceu quando ele não estava no mundo? Quando foi enviado? 

 

Nem João Batista conhecia Jesus, apesar de Lucas dizer que eles eram primos, como se Jesus não tivesse tido infância e tivesse surgido do nada, descido do céu em dado momento e não tivesse tido infância: 

 

“E eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água. E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo” 
 
João 1:31-33 

 

O autor menciona poucas vezes a mãe de jesus apenas a quem ele faz questão de demonstrar que não era sua mãe. 

 

No segundo capítulo de João ele narra o que é considerado um dos primeiros milagres de Jesus, transformar água em vinho. Mas durante a passagem, jesus chama sua mãe de uma forma insólita, mulher o que não é muito comum na cultura judaica: 

  

"Disse-lhe Jesus: Mulher, que há entre mim e ti? Ainda não é chegada a minha hora" 

João 2:4 

 

A expressão "O que há entre mim e ti" é frequente no velho testamento, sempre envolvendo discórdia.  

  

"E enviou Jefté mensageiros ao rei dos filhos de Amom, dizendo: Que há entre mim e ti, que vieste a mim a pelejar contra a minha terra?" 

Juízes 11:12 

  

"Então disse Abisai, filho de Zeruia, ao rei: Por que amaldiçoaria este cão morto ao rei meu senhor? Deixa-me passar, e lhe tirarei a cabeça. Disse, porém, o rei: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Ora deixai-o amaldiçoar; pois o Senhor lhe disse: Amaldiçoa a Davi; quem pois diria: Por que assim fizeste?" 

2 Samuel 16:9,10 

  

"Então ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e matares a meu filho?" 

1 Reis 17:18 

  

“E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes” 
 
Marcos 5:7 

E o termo mulher em Grego, Guné (γυνή) é um equivalente do termo hebraico Isha (אִשָּׁה). isha no velho testamento é literalmente mulher e ou esposa, mas nunca é aplicado a uma mulher que se sabe o nome, exceto quando é uma mulher adúltera ou que cometeu algum ato não muito correto: 

  

"Então enviou Davi mensageiros, e mandou trazê-la; e ela veio, e ele se deitou com ela (pois já estava purificada da sua imundícia); então voltou ela para sua casa. E a mulher concebeu; e mandou dizer a Davi: Estou grávida" 

2 Samuel 11:4,5 

  

"E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?" 

João 8:10 

 

Note que no mesmo evangelho quando Jesus aparece para madalena sem ela o reconhecer ele a chama de mulher. E depois que ele se revela ele a chama pelo nome: 

 

“Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni, que quer dizer: Mestre” 
 
João 20:15,16 

 

Jesus pergunta a sua mãe o que há entre eles como se eles não fossem parentes 
A chama de mulher mesmo sabendo seu nome e que era sua mãe, como se ele não fosse seu filho. 

 

De fato, o autor chama Maria de sua mãe em alguns momentos, mas para esse autor a família de Jesus parece mais por afinidade: 

 

Irmãos aleatórios 

“Porque nem mesmo seus irmãos criam nele” 
 
João 7:5 

 

 

Discípulos junto com irmãos 

“Depois disto desceu a Cafarnaum, ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias” 
 
João 2:12 

 

 

Todo mundo poderia ser filho 

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” 
 
João 1:12,13 

 

Entrega a própria mãe aos cuidados de outra pessoa 

“Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa” 
 
João 19:26,27 

 

E Jesus da muita ênfase ao pai como se Deus fosse seu verdadeiro pai, sendo que de José e Maria ele mesmo não menciona uma vez sequer no evangelho. Jesus nunca se refere a Maria como minha mãe ou a José como meu pai. Nós sinóticos jesus utiliza a expressão meu pai de forma carinhosa ao se referir a Deus. Em João isso se torna literal: 

 

“Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deusnão vim de mim mesmo, mas ele me enviou” 

 

João 8:42 

 

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador” 
 
João 15:1 

 

“Aquele que me odeia, odeia também a meu Pai 
 
João 15:23 

 

“Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai 
 
João 8:19 

 

“Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai 
 
João 8:38 

 

“Jesus respondeu: Eu não tenho demônio, antes honro a meu Pai, e vós me desonrais” 
 
João 8:49 

 

Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto” 
 
João 14:7 

 

Diferença dos sinóticos: 

“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” 
 
Mateus 6:9 

 

      Meu pai como forma simbólica 

          Meu pai de forma literal 

Tudo por meu Pai foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 
 
Lucas 10:22 

Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai. 
 
João 8:19 

 

 

Há uma única exceção em João 20: 

Quebra de Página 

“Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus 
 
João 20:17 

 

O autor só menciona José duas vezes de forma estranha: 

 

A primeira é uma pergunta dos fariseus e não uma afirmação do autor, que pode ter sido tomada dos sinóticos: 

 

“E diziam: Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz ele: Desci do céu?” 
 
João 6:42 

 

E na segunda não é bem de José que eles estão falando: 

 

“Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José 
 
João 1:45 

 

Filipe não conhecia Jesus, logo, não sabia que seu pai era José e Moisés não escreveu sobre isso na lei. Na verdade, o autor está se referindo a concepção messiânica da época, um messias bem Yossef. Muitos esperavam um messias com essa designação, bem Yossef, filho de José, porque Abrão gerou Isaque, que gerou Jacó, que gerou Judá e seus irmãos, mas a história de José acabou se tornando uma tipologia da vinda do messias. 

 

Os essênios por exemplo esperavam um messias bem Yosef, e o designavam assim, tanto que alguns veem uma hipótese de ser por isso que Mateus diz que o avô de Jesus era Jacó: 

 

“E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama o Cristo” 
 
Mateus 1:16 

 

Em nenhum momento vemos laços familiares de Jesus com seus pais terrenos. Ao invés disso o autor coloca jesus em pé de igualdade com Deus em muitos pontos, não é à toa que é o evangelho mais utilizado pelos defensores da trindade: 

 

“Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” 
 
João 14:7-9 

 

“Eu e o Pai somos um 
 
João 10:30 

 

João coloca a expressão Eu sou, algumas vezes na boca de jesus como se ele estivesse dizendo ser o próprio Deus, o que nenhum dos sinóticos fez: 

 

“Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados” 
 
João 8:24 

 

“Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis que EU SOU, e que nada faço por mim mesmo; mas isto falo como meu Pai me ensinou” 
 
João 8:28 

 

“Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou 
 
João 8:58 

 

“Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo” 
 
João 4:26 

 

“Desde agora vo-lo digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou 
 
João 13:19 

 

“A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo” 

João 4:25,26 

 

 

João chega a colocar um contato direto e imediato de Jesus com Deus: 

 

“Pai, glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei. Ora, a multidão que ali estava, e que a ouvira, dizia que havia sido um trovão. Outros diziam: Um anjo lhe falou” 
 
João 12:28,29 

 

Resumindo a intenção do autor: 

 

Jesus era um verbo divino que se fez carne aparente. 
Jesus era filho literalmente de Deus. 
Jesus não era judeu nem descendente de Abraão ou Davi. 
Jesus não era deste mundo físico, mas desceu do céu em algum momento. 
Jesus se iguala a Deus em muitos momentos. 

 

O Jesus de João era uma concepção docetista, logo, provavelmente do segundo século: 

 

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